sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Atividades - Gramática

EXERCÍCIOS



UNIDADE I – REVISÃO GRAMATICAL



CONJUGAÇÃO VERBAL:


I – Completar as lacunas com os verbos indicados:

1)      Se ela já _________________ o trabalho, poderá sair para o lanche. (concluir – futuro do subjuntivo composto)
2)      Ela não será admitida na empresa, embora _______________ um bom teste. (fazer – pretérito perfeito do subjuntivo)
3)      Se eu soubesse de tudo, eu ______________ as devidas providências. (tomar – futuro do pretérito composto)
4)      Quanto a você, não ______________ esta estrada de modo algum! (atravessar – imperativo negativo)
5)      __________ os vossos inimigos. (amar - imperativo afirmativo)
6)      Após ________________ com o gerente, saímos às pressas do escritório. (discutir - infinitivo pessoal composto)
7)      Se eles _____________ a verdade, teriam sido perdoados.(dizer - pretérito   mais  que  perfeito composto do subjuntivo)
8)      Tudo acabará bem se ela ____________ a verdade. (falar – futuro do subjuntivo)
9)      Disse que, ao voltar, ___________ boas notícias para todos. (trazer - futuro do pretérito do indicativo)
10)   Queria que ela __________________ o relatório e _____________ à sala do diretor. (interromper, ir – pretérito imperfeito do subjuntivo)
11)  Ela ______________ os convidados no saguão. (receber – pretérito imperfeito do indicativo)
12)   Eu ____________ boas notícias para todos. (trazer – presente do indicativo)
13)   Os alunos ____________________ uma bela surpresa. (preparar – pretérito mais que perfeito composto do indicativo)
14)   Quando o ________________, passa-lhe esta informação. (encontrar – futuro do subjuntivo)
15)   Ele saiu de casa sem nada _________ aos pais. (dizer - infinitivo impessoal)
16)   É bom nós ______________ as coisas aqui. (apressar – infinitivo pessoal)
17)   Ele _______________ neste ponto em todas as reuniões. (insistir – pretérito perfeito composto do indicativo)
18)   Venha a minha sala depois que eu ________________ com os outros. (conversar – futuro composto do subjuntivo)
19)  Aja com naturalidade e continue _________________. (conversar – gerúndio)
20)   Se você fizesse um bom trabalho, não ________________ tornar a fazê-lo. (precisar – futuro do pretérito)


CONJUGAÇÃO VERBAL:

II – Completar com os verbos indicados:

1)      Se você se ___________ (desfazer – futuro do subjuntivo) das amarras que ainda o prendem, _____________ (transpor – futuro do subjuntivo) as barreiras do preconceito e ______________ (perceber – futuro do subjuntivo) que eles são boas pessoas, tudo _________ (ser – futuro do presente do indicativo) melhor no seu relacionamento.
2)      Se nós ______________ (requer – imperfeito do subjuntivo) licença para viajar e a _______________ (obter – imperfeito do subjuntivo) logo, ainda aproveitaríamos o início da estação.
3)      Não _____________ (frear – imperativo negativo / 1ª pessoa plural) rápido em pista molhada. É perigoso e talvez não ________ (haver – presente subjuntivo) como ____________ (evitar – infinitivo impessoal) o acidente.
4)      Quando tu ____________ (vir – futuro subjuntivo) ao Sul, _________ (ir – imperativo afirmativo) a Gramado, que não te arrependerás.
5)      Conforme ___________ (prever – pretérito mais que perfeito do indicativo) o advogado, se eles se __________ (conter – imperfeito do subjuntivo) um pouco e não ______________ (intervir – imperfeito do subjuntivo) tanto na vida da filha, talvez o casamento desta não ________________. (fracassar – pretérito mais que perfeito composto do subjuntivo)
6)      Se você não se ____________ (manter – futuro do subjuntivo) calmo, é provável que eles _______________ (impor - presente do subjuntivo) seus pontos de vista.
7)      Quando ele se ______________ (dispor - futuro do subjuntivo) a colaborar, tudo ____________ (funcionar – futuro do presente do indicativo) bem.
8)      Embora ele não _______________ (opor - pretérito imperfeito do subjuntivo) qualquer objeção formal, todos sabiam que ele ____________ (intervir – futuro do pretérito do indicativo) caso o projeto fosse aprovado.
9)      Quando a __________ (ver – futuro do subjuntivo / 2ª pessoa singular) _________ (dizer - imperativo afirmativo) - lhe que o seu programa de televisão muito nos ______________(entreter – presente do indicativo)
10)  A população ribeirinha _______________ (precaver - pretérito perfeito do indicativo) - se em tempo: ainda antes da enchente, ___________ (prover - pretérito perfeito do indicativo) a despensa de suas casas com muitos alimentos.
11)  Os médicos solicitaram a João que se ____________ (abster – imperfeito do subjuntivo) do álcool: ele, porém, mesmo que se ____________ (dispor – imperfeito do subjuntivo) a seguir o conselho, sempre voltava a beber.
12)  Mesmo sabendo que ela _____________ (provir – pretérito mais que perfeito do indicativo) de uma classe inferior, eles se _____________ (abster - pretérito imperfeito do indicativo) de qualquer comentário, porque ela sempre ______________ (manter - pretérito perfeito do indicativo) uma atitude discreta.





CONJUGAÇÃO VERBAL:

III – Sublinhar, dentro dos parênteses, a forma correta:

1.      Não (tenta - tentes) esquecê-lo: ao contrário, (faze - faça) com que sua imagem fique retida, para sempre em tua memória.
2.      Não (receia - receies) nem (persigas - persegues) o sucesso.
3.      Não (seja - seje) ingênuo: assim que você (propor - propuser) uma remuneração decente aos seus subordinados, eles renderão muito mais.
4.      Peço-lhes um favor: (viagem - viajem) até São Paulo.
5.      É bom que nós (semeemos - semeiemos) os canteiros antes de setembro, para que (obtemos - obtenhamos) boas hortaliças.
6.      Quando eu (dispor – dispuser) de tempo e você se (propor - propuser) a receber-me, visitá-la-ei.
7.      Logo que a crise parecia contornada, (sobrevieram - sobreviram) novos problemas.
8.      Esta madeira (proviu - proveio) de Rondônia.
9.      Não (transgridas - transgride) a lei, nem te (indisponhas - indispõe) com teus vizinhos.
10.  (Advirto - Adverto) - lhe que você (confere - confira) os prós e os contras e (discerne - discirna) o Bem do Mal.

   IV – Completar com as formas adequadas de particípio.

1.      A polícia havia _____________ (dispersar) o grupo de manifestantes.
2.      As folhas estavam _____________ (dispersa) pelo chão.
3.      A chuva tinha _________ (extinguir) o fogo, mas as brasas ficaram ______ (acender).
4.      A raça humana seria ___________ (extinguir) pela guerra nuclear.
5.      Muito dinamismo tinha sido ____________ (imprimir) naquela empresa.
6.      Esta obra foi ___________ (imprimir) na França.
7.      A história do Brasil esta bem ____________ (descrever) naquele livro.
8.      Eles têm __________ (gastar) mais do que têm ___________ (ganhar).
9.      O professor de Química ainda não havia __________ (completar) a chamada, embora todos os outros já estivessem com suas relações ___________ (completar).
10.  Embora a loja tivesse ___________ (aceitar) o cheque, este não foi __________ (aceitar) pelo banco.
11.  Apesar de os assaltantes não terem sido ___________ (prender) ainda, temos certeza de que a polícia os terá ____________ (prender) até o final do dia.
12.  As dívidas já foram __________ (pagar) e o governo tem __________ (pagar) em dia a seus funcionários.
13.  Embora os barcos de resgate não tenham __________ (salvar) ninguém, algumas crianças foram _________ (salvar) por uma lancha de recreio que passava casualmente pelo local.
14.  O submarino esteve ____________ (submergir) o dia todo e, no dia anterior, também tinha _____________ (submergir) para esconder-se das patrulhas.




Exercícios.


01. (Mackenzie-SP) Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovadorismo em Portugal.
a) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre poesia e a música.
b) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.
c) Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão.
d) Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino.
e) A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas.


02. (Fuvest-SP) "Coube ao século XIX a descoberta surpreendente da nossa primeira época lírica. Em 1904, com a edição crítica e comentada do Cancioneiro da Ajuda, por Carolina Michaëlis de Vasconcelos, tivemos a primeira grande visão de conjunto do valiosíssimo espólio descoberto" (Costa Pimpão)
a) Qual é essa primeira época lírica portuguesa?
b) Que tipos de composições poéticas se cultivavam nessa época?

02. (Mackenzie-SP) Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovadorismo em Portugal.
a) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre poesia e a música.
b) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.
c) Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão.
d) Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino.
e) A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas.


3) (Faap) - Releia com atenção a estrofe:
Fez-se de amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Tomemos a palavra AMIGO. Todos conhecem o sentido com que esta forma lingüística é usualmente empregada no falar atual. Contudo na Idade Média, como se observa nas catingas medievais, a palavra amigo significou:
a) colega
b) companheiro
c) namorado
d) simpático
e) acolhedor
4) (Mackenzie) - Assinale a alternativa INCORRETA a respeito das cantigas de amor.
a) O ambiente é rural ou familiar.
b) O trovador assume o eu-lírico masculino: é o homem quem fala.
c) Têm origem provençal.
d) Expressam a "coita" amorosa do trovador, por amar uma dama inacessível.
e) A mulher é um ser superior, normalmente pertencente a uma categoria social mais elevada que a do trovador.

4) Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é INCORRETO afirmar que:
 
a) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, o feudalismo e valores altamente moralistas.
b) representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade.
c) pode ser dividida em lírica e satírica.
d) em boa parte de sua realização, teve influência provençal.
e) as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu-lírico feminino. 




  1. Nas cantigas de amor,
a)       o trovador expressa um amor à mulher amada, encarando-a como um objeto acessível a seus anseios.
b)       o trovador velada ou abertamente ironiza personagens da época.
c)       o “eu-lírico” é feminino, expressando a saudade da ausência do amado.
d)       o poeta pratica a vassalagem amorosa, pois, em postura platônica,expressa seu amor à mulher amada.
e)       existe a expressão de um sentimento feminino, apesar de serem escritas por homens.
  1. Marque V para verdadeiro e F para falso.
(    ) As cantigas de mal dizer e de escárnio pertencem a lírica trovadoresca.
(    ) As cantigas de amigo possuem um ambiente palaciano e o eu-liríco é feminino, apesar de serem escritas por homem.
(    ) As cantigas de amor possuem um ambiente palaciano e suas características principais são a vassalagem amorosa e a coita de amor.
(    ) A canção da Ribeirinha iniciou o trovadorismo português.
(    ) As cantigas de amigo, em geral, possuem um eu-lírico feminino, apesar de serem escritas por homens. A temática principal, quase sempre, é o sofrimento da mulher pelo amado que partiu.
  1. Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovadorismo em Portugal.
    a) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre poesia e a música.
    b) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.
    c) Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão.
    d) Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino.
    e) A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas.
  2.  
    1. Assinale a alternativa incorreta
a) Na cantiga de amigo, o “eu-lírico” feminino lamenta a ausência do amigo distante;
b) Na cantiga de escárnio, a sátira é feita indiretamente e usam-se a ironia e as ambigüidades;
c) Na cantiga de maldizer, o erotismo pode estar presente;
d) Na cantiga de amor, o apelo erótico é purificado e ocorre a idealização do amor;
e) Na cantiga de amigo, usa-se o refrão, mas não existe paralelismo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

TROVADORISMO


TROVADORISMO - PARTE I  -  PANORAMA HISTÓRICO


Na história da literatura portuguesa o Trovadorismo é a primeira escola literária. Esse movimento literário compreende o período que vai, aproximadamente, do século XII ao século XIV.
A partir da segunda metade do século XII, Portugal começava a afirmar-se como reino independente, embora ainda mantivesse laços econômicos, sociais e culturais com o restante da Península Ibérica. Desses laços surgiu, próximo à Galícia (região do norte do rio Douro), uma língua particular, de traços próprios, chamada galego-português. A produção literária dessa época foi feita nesta variação lingüística.
A cultura trovadoresca refletia bem o panorama histórico desse período: as Cruzadas, a luta contra os mouros, o feudalismo, o poder espiritual do clero.
O período histórico em que surgiu o Trovadorismo foi marcado por um sistema econômico e político chamado feudalismo, que consistia numa hierarquia rígida entre senhores: um deles, o suserano, fazia a concessão de uma terra (feudo) a outro indivíduo, o vassalo. O suserano, no regime feudal, prometia proteção ao vassalo como recompensa por certos serviços prestados.
Essa relação de dependência entre suserano e vassalo era chamada de vassalagem.
Assim, o senhor feudal ou suserano era quem detinha o poder, fazendo a concessão de uma porção de terra a um vassalo, encarregado de cultivá-la.
Além da nobreza (classe a que pertenciam os senhores feudais) e a classe dos vassalos ou servos, havia ainda uma outra classe social: o clero. Nessa época, o poder da Igreja era bastante forte, visto que o clero possuía grandes extensões de terra, além de dedicar-se também à política.
Os conventos eram verdadeiros centros difusores da cultura medieval, pois era neles que se escolhiam os textos filosóficos a serem divulgados, em função da moral cristã.
A religiosidade foi um aspecto marcante da cultura medieval portuguesa. A vida do povo lusitano estava voltada para os valores espirituais e a salvação da alma. Nessa época, eram freqüentes as procissões, as romarias, além das próprias Cruzadas ? expedições realizadas durante a Idade Média, que tinham como principal objetivo a libertação dos lugares santos, situados na Palestina e venerados pelos cristãos. Essa época foi caracterizada por uma visão teocêntrica (Deus como o centro do Universo). Até mesmo as artes tiveram como tema motivos religiosos. Tanto a pintura quanta a escultura procuravam retratar cenas da vida de santos ou episódios bíblicos.
Quanto à arquitetura, o estilo gótico é o que predominava, através da construção de catedrais enormes e imponentes, projetadas para o alto, à semelhança de mãos em prece tentando tocar o céu.
Na literatura, desenvolveu-se em Portugal um movimento poético chamado Trovadorismo. Os poemas produzidos nessa época eram feitos para serem cantados por poetas e músicas (trovadores, menestréis, jograis e segréis). Recebiam o nome de cantigas, porque eram acompanhados por instrumentos de cora e de sopro. Mais tarde, essas cantigas foram reunidas em Cancioneiros: o da Ajuda, o da Biblioteca Nacional e o da Vaticana.



                                                  TROVADOR
Poeta que compunha a letra e a música de canções; em geral era uma pessoa culta.
jogral: cantor e tangedor ambulante, em geral de origem plebeia.
menestrel: músico-poeta sedentário; vivia na casa de um fidalgo, enquanto o jogral andava de terra em terra.
segrel: trovador profissional, fidalgo desqualificado que ia de corte em corte, acompanhado de um jogral.

                                              A  POESIA  MEDIEVAL PORTUGUESA

A produção poética medieval portuguesa pode ser agrupada em dois gêneros:
_ gênero lírico: em que o amor é a temática predominante; são as cantigas de amor e as cantigas de amigo;
_ gênero satírico: em que o objetivo é criticar alguém, ridicularizando esta pessoa de forma sutil ou grosseira; a este gênero pertencem as cantigas de escárnio e as cantigas de maldizer.

Gênero Lírico

Dentro do gênero lírico, o texto que dá início à literatura portuguesa chama-se Canção da Ribeirinha, escrita possivelmente em 1189, por Paio Soares de Taveirós.
Segundo Dona Carolina Michaëlis de Vasconcelos, essa cantiga foi dedicada à ribeirinha (Maria Pais Ribeiro), favorita de D. Sancho I, segundo rei de Portugual.

Cantiga de Ribeirinha
No mundo non me sei parelha,
entre me for como me vai,
Cá já moiro por vós, e - ai!
Mia senhor branca e vermelha.
Queredes que vos retraya
Quando vos eu vi em saya!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, desdaqueldi, ai!
Me foi a mi mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
Dhaver eu por vós guarvaia,
Pois eu, mia senhor, dalfaia
Nunca de vós houve nem hei
Valia dua correa
.
Paio Soares de Taveirós
Vocabulário:
Nom me sei parelha: não conheço ninguém igual a mim.
Mentre: enquanto.
Ca: pois.
Branca e vermelha: a cor branca da pele, contrastando com o vermelho do rosto, rosada.
Retraya: descreva, pinte, retrate.
En saya: na intimidade; sem manto.
Que: pois.
Des: desde.
Semelha: parece.
D’haver eu por vós: que eu vos cubra.
Guarvaya: manto vermelho que geralmente é usado pela nobreza.
Alfaya: presente.
Valia d’ua correa: objeto de pequeno valor.

Há dois tipos de poemas pertencentes ao gênero lírico, no Trovadorismo:

  Cantiga de amor:

A cantiga de amor é de influência provençal (Provença ? região do sul da França). Esse tipo de cantiga mostra o amor cortês da época; o poeta fala em seu próprio nome, exprimindo seus sentimentos amorosos pela dama cortejada. É um amor de realização impossível, pois sua amada é casada ou pertence a uma classe social superior à sua. Por não ser correspondido, o homem sofre (coita d'amor), exterioriza suas queixas, humilha-se aos pés da amada, como um servo (vassalagem amorosa).
Sempre respeitoso, o eu-lírico masculino jamais revela o nome de sua amada, enfatizando sempre que ela é superior a ele. A mulher é chamada de mia senhor e o eu-lírico tece elogios à sua beleza, ao mesmo tempo em que sofre por saber que jamais poderá tocá-la. Influenciado pela moral cristã, o poeta se dispõe a um afastamento casto de sua amada, desejando-a, respeitosamente, a distância.

    Cantiga de Amigo
 
                                           
Originou-se na Península Ibérica. Nas cantigas de amigo, o trovador expressa os sentimentos que ele supõe que a amada lhe dedique. A principal característica das cantigas de amigo é o sentimento do eu-lírico feminino, embora elas sejam escritas por um homem.
A cantiga de amigo procura mostrar a mulher dialogando com sua mãe, com uma amiga ou com a natureza, sempre preocupada com seu amigo (namorado). Outras vezes, o próprio amigo é o destinatário do texto, como se a mulher desejasse fazer-lhe confidências de seu amor.
Mais populares, as cantigas de amigo não se ambientam em palácios, e sim em lugares mais simples, como o campo, as igrejas, etc. Mostram, muitas vezes, cenas do cotidiano, em que a moça vai lavar roupa, vai a uma romaria ou freqüenta uma festa.
As cantigas de amigo apresentam alguns aspectos que as diferenciam das cantigas de amor:
_ os temas são mais variados que nas cantigas de amor;
_ por serem cantigas populares, a linguagem é menos rica e mais musical;
_ destinam-se ao canto e à dança;
_ nelas são configurados os problemas sociais e políticos.
Além disso, quanto à forma, é freqüente o uso do refrão (repetição de versos) e do paralelismo (construção que se repete com pequenas alterações a cada estrofe). Quando não apresenta refrão, a cantiga é considerada melhor elaborada, recebendo o nome de cantiga de maestria ou maestria.



Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado,
ai deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquele que mentiu do que me há jurado
ai deus, e u é?

D. Dinis
Cantigas satíricas
De origem popular, essas cantigas retratavam uma temática originária de assuntos proferidos nas ruas, praças e feiras. Tendo como suporte o mundo boêmio e marginal dos jograis, fidalgos, bailarinas, artistas da corte, aos quais se misturavam até mesmo reis e religiosos, tinham por finalidade retratar os usos e costumes da época por meio de uma crítica mordaz. Assim, havia duas categorias: a de escárnio e a de maldizer.
Apesar de a diferença entre ambas ser sutil, as cantigas de escárnio eram aquelas em que a crítica não era feita de forma direta. Rebuscadas de uma linguagem conotativa, não indicavam o nome da pessoa satirizada. Verifiquemos: 
Roi queimado morreu con amor
Em seus cantares por Sancta Maria
por ua dona que gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque lhela non quis [o] benfazer
fez-sel en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer dia!...
Pero Garcia Burgalês



                                             Os Cancioneiros
Se hoje temos acesso a textos do trovadorismo é graças à compilação feita em três grandes cancioneiros:
a) CANCIONEIRO da Ajuda: assim designado por conservar-se na Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa, no qual são agrupadas 310 cantigas de amor.
b) Cancioneiro da Vaticana: encontrado em Roma, na biblioteca do Vaticano, datado dos fins do século XV. Contém 1205 cantigas de todos os tipos.
c) Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa: o mais completo dos três, com 1647 poesias. Foi copiado na Itália, no século XVI; pertenceu a um humanista italiano, Ângelo Colocci, e, no século XIX, foi encontrado na biblioteca do Conde Brancutti. Por isso, às vezes, é também chamado de Cancioneiro Colocci-Brancutti.